Programas de medicina preventiva desempenham um papel fundamental na redução dos custos para as operadoras de saúde, ao priorizar a prevenção de doenças e a promoção da saúde entre seus beneficiários. Ao abordar as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que representam um dos principais desafios de saúde no Brasil e no mundo, esses programas contribuem para a diminuição da incidência dessas condições e, consequentemente, dos custos associados ao tratamento.
Um dos principais benefícios da medicina preventiva é a detecção precoce de doenças e a aplicação de tratamentos adequados, o que evita complicações e reduz a necessidade de internações desnecessárias. Com base nos dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as DCNT foram responsáveis por cerca de 70% das mortes em todo o mundo em 2019, enquanto no Brasil, essas doenças causaram 41,8% do total de mortes prematuras (entre 30 e 69 anos de idade).
Dados da pesquisa Vigitel 2021, conduzida pelo Ministério da Saúde, revelam que o número de brasileiros acima do peso, obesos, diabéticos e hipertensos aumentou nos últimos anos. Esses resultados ressaltam a importância contínua dos programas de medicina preventiva para enfrentar esses desafios e promover uma população mais saudável. Veja alguns dos resultados:
- 11,3% de brasileiros tem sintomas depressivos. O número era de 5,8% antes da pandemia;
- O consumo de álcool com frequência foi de 18,3% para a população geral;
- Quase seis em cada dez brasileiros (57,25%) estavam com sobrepeso em 2021. Antes da pandemia, em 2019, a taxa era menor, de 55,4%;
- O percentual de diabéticos chegou a 9,14% em 2021, um aumento de 11,47% em relação a 2020.
Investir em estratégias preventivas e promover a conscientização sobre a adoção de um estilo de vida saudável são medidas fundamentais para garantir uma sociedade mais saudável e reduzir os impactos das doenças crônicas no sistema de saúde.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) tem incentivado as operadoras a desenvolver programas e ações de Medicina Preventiva. De acordo com a agência, esses programas focados em atenção primária aumentam o uso de exames em 25%. No entanto, eles geram uma redução de 25% nos custos futuros, que são mais caros. Esta informação está no caderno “Idoso na saúde suplementar: uma urgência para a saúde da sociedade e para a sustentabilidade do setor da ANS”.
Para criar um programa de medicina preventiva sete passos podem ser seguidos:
- Levantamento do perfil epidemiológico
- Planejamento das atividades.
- Treinamento profissional e qualificação da equipe.
- Escolha da metodologia para identificação de indivíduos elegíveis.
- Criar regras de participação.
- Indicadores para monitoramento e avaliação das ações do programa
- Definição de projetos terapêuticos de acordo com a população do programa.
A seguir, detalhamos quais são os sete passos.
Levantamento do perfil epidemiológico
O primeiro passo na criação de um programa de medicina preventiva é realizar um levantamento do perfil epidemiológico. Esse estudo tem como objetivo identificar o estado geral dos beneficiários, abrangendo aspectos sociais, demográficos, condições ambientais, morbidade, mortalidade, hábitos de vida, histórico familiar, prevalência e gravidade das doenças.
O levantamento é conduzido por meio de questionários e análise de dados de consulta. As informações obtidas permitem que gestores de clínicas, hospitais e planos de saúde tomem decisões mais embasadas em relação aos programas de saúde, atendimento prestado, custos do atendimento e demanda de trabalho, levando em consideração os riscos identificados pela pesquisa.
Planejamento das atividades
Um passo crucial é o planejamento das atividades do programa. Isso envolve a definição das ações a serem realizadas, como campanhas de vacinação, palestras e workshops sobre hábitos saudáveis, programas de atividade física, consultas regulares com médicos e outros profissionais de saúde, exames preventivos, entre outros. Essas atividades devem ser adaptadas às necessidades e características da população atendida.
Nesse processo, é fundamental estabelecer metas e indicadores para avaliar o sucesso do programa, permitindo ajustes quando necessário.
Treinamento profissional e qualificação da equipe
Investir no treinamento e na qualificação da equipe é fundamental para garantir a qualidade do programa de medicina preventiva e alcançar os resultados desejados. Isso inclui capacitar os profissionais de saúde que atuarão no programa, através de cursos, workshops e palestras sobre temas relevantes. Além disso, pode-se considerar a contratação de novos profissionais com experiência em medicina preventiva e a formação de equipes multidisciplinares, com médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, entre outros.
Escolha da metodologia para identificação de indivíduos elegíveis
A definição da metodologia envolve estabelecer critérios para determinar quais indivíduos serão elegíveis para participar do programa. Esses critérios podem envolver idade, histórico médico, condições de saúde pré-existentes, entre outros. A clareza e objetividade dos critérios são essenciais para garantir a eficácia do programa e o alcance dos resultados desejados.
Criar regras de participação
As regras de participação devem ser estabelecidas com precisão, definindo critérios e procedimentos para a participação dos indivíduos elegíveis no programa. Isso pode incluir a necessidade de inscrição prévia, frequência de participação nas atividades do programa, obrigatoriedade de realização de exames preventivos, entre outros. A ampla divulgação dessas regras é essencial para que os indivíduos elegíveis tenham conhecimento sobre como participar do programa de maneira eficaz.
Indicadores para monitoramento e avaliação das ações do programa
A definição de indicadores para monitoramento e avaliação das ações é essencial para medir o sucesso do programa e seu impacto na saúde da população atendida.
Alguns indicadores que podem ser usados para monitorar e avaliar as ações do programa incluem:
- Mudanças na prevalência de doenças, incidência de novos casos e melhorias no estado de saúde.
- A relação custo-benefício do programa.
- A porcentagem de indivíduos elegíveis que participam do programa, e a frequência de participação nas atividades do programa.
- Pesquisas de satisfação e feedback dos participantes do programa.
Esses indicadores devem ser definidos com base nos objetivos do programa e nas características da população atendida. Eles devem ser monitorados regularmente para avaliar a eficácia do programa e fazer ajustes quando necessário.
E também podem ser usados para melhorar um programa de medicina preventiva de várias maneiras, visto que fornecem informações valiosas sobre o desempenho do programa e seu impacto na saúde da população atendida. Com base nessas informações, os gestores podem tomar decisões sobre como melhorar o programa e alcançar melhores resultados.
Por exemplo, se os indicadores mostram que a adesão dos beneficiários é baixa, podem-se tomar medidas para aumentar a participação, como campanhas de divulgação, incentivos para participação, entre outros. Se os indicadores mostram que as intervenções do programa não estão sendo eficazes, os gestores podem revisar as atividades do programa e fazer ajustes para melhorar sua eficácia.
Além disso, os indicadores também podem ser usados para avaliar o custo-efetividade do programa e garantir que os recursos estejam sendo usados de maneira eficiente. Isso pode incluir a análise do custo por caso prevenido ou tratado, e a relação custo-benefício do programa.
Definição de projetos terapêuticos de acordo com a população do programa
Os projetos terapêuticos devem ser definidos com base no perfil epidemiológico da população e nos objetivos do programa. Eles devem ser descritos de maneira clara e detalhada, incluindo informações sobre as ações a serem realizadas e sua frequência. Isso ajudará a garantir que os indivíduos elegíveis possam participar do programa de maneira eficaz e alcançar os resultados desejados. A definição de projetos terapêuticos específicos para o programa preventivo permitirá oferecer intervenções mais adequadas para melhorar a saúde dos beneficiários.
Previva: Tecnologia apoiando a medicina preventiva
Programas voltados à medicina preventiva podem ser uma abordagem eficiente para controlar as DCNTs e reduzir custos. Nesse contexto, as operadoras de saúde podem contar com o auxílio do software de gestão Previva. Esse sistema oferece recursos valiosos para gerenciar programas de prevenção de doenças crônicas. Através dele, é possível traçar o perfil dos beneficiários, identificando quais são as doenças crônicas mais comuns entre eles e incluindo-os em programas de acompanhamento e monitoramento.
Com base nas informações fornecidas pelo Previva, é possível desenvolver ações personalizadas para esse público específico, visando melhorar sua qualidade de vida e reduzir o impacto das doenças crônicas em suas vidas. O software também permite o acompanhamento contínuo dos pacientes, fornecendo relatórios detalhados sobre o progresso de cada um e facilitando o acesso às informações relevantes de cada integrante, como o diagnóstico de doenças crônicas.
Saiba mais sobre como a tecnologia pode auxiliar nos programas de medicina preventiva .