A prevenção do câncer de próstata é a principal bandeira do movimento Novembro Azul, campanha mundial de conscientização sobre a saúde do homem criada na Austrália em 2003.
Desde então vem crescendo no Brasil o número de operadoras de saúde que aproveitam esse mês para fazer campanhas e ações educativas voltadas aos seus beneficiários.
Mas, independente de estarmos ou não em novembro, a principal questão é:
Como conseguir um maior engajamento da população masculina nas ações de diagnóstico precoce e prevenção do câncer de próstata?
Esclareça os homens sobre os fatores de risco
Antes mesmo de falar sobre exames preventivos, é importante que seus beneficiários saibam quais são os principais fatores de risco para o câncer de próstata.
Maus hábitos, como o sedentarismo e a alimentação inadequada, são preponderantes não apenas para o desenvolvimento do câncer de próstata, mas também para outros tipos de neoplasias, diabetes e doenças cardiovasculares.
Por isso, promover atitudes como a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividade física são fundamentais, além de outros cuidados específicos para evitar o surgimento da doença.
Confira as seguir os fatores mais relevantes para o desenvolvimento do câncer de próstata:
1. Idade
As chances de desenvolver câncer de próstata aumentam rapidamente após os 50 anos e cerca 60% dos casos são diagnosticados depois dos 65 anos.
2. Etnia
Os homens negros apresentam risco cerca de duas vezes maior de manifestar a doença, com três vezes mais chances de óbito. Já entre os asiáticos e latinos, a ocorrência é menor do que em brancos não hispânicos. Apesar de já existirem alguns estudos nesse sentido, os motivos dessas diferenças raciais ainda não estão claras.
3. Genética
Os riscos de desenvolver câncer de próstata mais do que duplicam caso o homem já tenha algum parente em primeiro grau com a doença. Mutações mais específicas, com nos genes BRCA-1 ou BRCA-2, por exemplo, também podem aumentar o risco em alguns casos. Pacientes com síndrome de Lynch também apresentam um risco aumentado.
4. Dieta
Segundo pesquisas recentes, homens que consomem muita carne vermelha bem passada ou laticínios ricos em gordura podem ter mais chances de desenvolver o câncer de próstata.
5. Obesidade
Os pesquisadores também constataram que homens obesos têm praticamente o dobro de chances de ter câncer de próstata mais agressivo.
6. Inflamação da próstata
A ligação entre os dois ainda não está clara, mas um quadro de prostalite (inflamação da próstata) também pode ser associado a riscos maiores de câncer de próstata.
Se a sua operadora utiliza um software para gestão de medicina preventiva, é possível identificar indivíduos de maior risco analisando o perfil de saúde dos beneficiários.
Aqueles que apresentarem algum dos fatores citados acima (ou uma combinação deles) devem ser acionados para participar de ações de conscientização a respeito da doença e convidados para realizar exames periódicos.
Incentive a detecção precoce
Mesmo tomando todas as precauções recomendadas pelos médicos, todos os homens que estão se aproximando dos 50 anos devem começar uma rotina de visitas anuais ao urologista para exames de detecção precoce.
O ideal é que estas consultas comecem a partir dos 45 anos para a população masculina em geral e a partir dos 40 anos para para aqueles que têm casos da doença na família.
É nestas oportunidades que devem ser feitos os exames de toque retal e a verificação do PSA (antígeno prostático específico) no sangue. Combinados, ambos os procedimentos apresentam 90% de chance de sucesso na detecção precoce.
Fazer o exame de PSA é o primeiro passo. Ele mede a dosagem do antígeno prostático específico, ingrediente do sêmen produzido pela próstata. Caso surja alguma alteração, é indicado que o paciente realize o exame de toque retal.
Desmistificando o exame de toque
Por sua eficácia comprovada e ótima relação custo-benefício, o exame de toque é uma ferramenta fundamental para a prevenção do câncer de próstata.
Apesar de causar incômodo nos pacientes e ainda gerar preconceito ou dúvidas entre os homens, o exame de toque é um procedimento rápido e praticamente indolor. Em menos de 15 segundos o médico consegue perceber alterações na parede da próstata indicativas de um tumor em desenvolvimento.
Apesar das pesquisas estarem avançando na direção de novos métodos de detecção, o toque continua sendo primordial para a prevenção da doença, pois as novas soluções ainda são caras e de difícil acesso.
Por isso, sua operadora deve procurar promover ações para desmistificar este processo entre seus beneficiários.
Uma boa ideia é organizar eventos como palestras e bate-papos com profissionais de saúde, onde os homens possam não apenas ouvir orientações como também trocar experiências quanto às suas inseguranças com relação ao exame.
Quanto ao receio de alguns homens de “perder a masculinidade” por causa do exame de toque, o processo de convencimento deve utilizar o argumento da qualidade de vida. Pergunte a eles se conhecem algum amigo ou parente que teve a doença e se eles gostariam de passar pela mesma situação.
Quando se trata da prevenção do câncer de próstata, é importante deixar bem claro que é melhor enfrentar alguns segundos de um certo constrangimento do que passar os últimos de vida com muito sofrimento.
Despertando para a saúde masculina
É um fato conhecido entre os profissionais da área que o cuidado com a saúde costuma ser mais negligenciado pelos homens do que pelas mulheres. Diferente delas, eles dificilmente procuram o médico para consultas e exames se não estiverem sentindo algum sintoma.
O problema é que, em muitos casos de câncer, quando os sintomas aparecem pode ser tarde demais.
A estratégia para aumentar a conscientização passa por levar informação até os homens e também oferecer mais oportunidades para que eles utilizem os serviços de saúde que a sua operadora oferece.
Ou seja: além de esclarecer sobre os principais exames preventivos para homens, é uma boa ideia promover mobilizações periódicas para a realização dos mesmos.
Além das operadoras de saúde, as empresas que fazem um trabalho de medicina preventiva com seus funcionários também podem aproveitar o mês de novembro para criar campanhas inspiradas no movimento Novembro Azul.
Lembre-se: na promoção da saúde no ambiente corporativo também cabem palestras educativas e até mesmo conversas particulares com médicos.
Afinal, todo esforço é válido para tirar as dúvidas do homens a respeito da prevenção do câncer de próstata e incentivá-los a cuidar mais da sua saúde de modo geral.
