Os primeiros resultados da Pesquisa Vigitel 2017, divulgados em junho pelo Ministério da Saúde, apontam um aumento na adoção de hábitos saudáveis pela população brasileira.
Apesar disso, o levantamento mostra que a prevalência da obesidade continua em alta no país, especialmente entre a população mais jovem.
A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico é uma pesquisa telefônica sobre diversos assuntos relacionados à saúde, realizada nas 26 capitais e no Distrito Federal.
As entrevistas da Vigitel 2017 foram feitas entre fevereiro e dezembro daquele ano, envolvendo um total de 53.034 pessoas.
Obesidade e sobrepeso na população jovem
Um dos dados mais preocupantes nessa última edição da pesquisa, foi o crescimento de 110% no número de obesos entre as pessoas de 18 a 24 anos nos últimos dez anos. Isso é quase o dobro do aumento médio registrado em todas as faixas etárias no mesmo período.
Na faixa de 25 a 43 anos, o crescimento também ficou acima da média (69%). Na faixa de 35 a 44 anos a alta foi de 23%. Entre as pessoas de 45 a 54 anos, a obesidade cresceu 14%. Aumentou 16% entre os indivíduos de 55 a 64 anos e apenas 2% nos idosos acima de 65 anos.
Nos casos de excesso de peso, o crescimento médio entre a população foi de 54% na última década. Aqui novamente são os mais jovens (de 18 a 24 anos) que apresentam o índice mais preocupante: 56% de alta. De 25 a 34 anos o aumento foi de 33%; de 35 a 44 anos (25%); 45 a 54 anos (12%); de 55 a 64 anos (8%) e nos idosos acima de 65 anos houve alta de 14%.
De acordo com a Pesquisa Vigitel 2017, aproximadamente um em cada cinco (18,9%) brasileiros são obesos e que mais da metade da população das capitais (54%) estão com excesso de peso.
Interesse por hábitos mais saudáveis
Apesar dos altos percentuais de obesidade e sobrepeso ainda presentes entre a população, a pesquisa Vigitel 2017 aponta um aumento na prática de hábitos ligados à manutenção da saúde.
Mesmo podendo crescer ainda mais, tais dados merecem ser comemorados, pois são resultado dos esforços de todos aqueles que promovem ações de prevenção e educação para a saúde.
Veja só o que aconteceu no período de 2008 a 2017:
- O consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 4,8%
- A prática de atividade física no tempo livre aumentou 24,1%
- O consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 52,8%
- O consumo de tabaco caiu 36%
Para Fátima Marinho, diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS) do Ministério da Saúde, mesmo com o aumento no número de pessoas que praticam atividade física e consomem alimentos mais saudáveis, os agentes de saúde devem continuar vigilantes.
“A obesidade e o sobrepeso são portas de entrada para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que prejudicam a saúde da população e que poderiam ser evitadas”, ressaltou a diretora do DANTPS, órgão responsável pela Pesquisa Vigitel 2017.
Ações no combate à obesidade
Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou a adoção de metas internacionais para frear o crescimento do excesso de peso e da obesidade.
Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março, o país assumiu o compromisso de deter o avanço da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional.
Entre as metas propostas estão a redução em pelo menos 30% no consumo regular de refrigerante e suco artificial e a ampliação em no mínimo 17,8% no percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.
Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. A publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e pode ser usada como referência nos programas de combate à obesidade realizado pelas operadoras de saúde.
Da parte da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi lançado em dezembro de 2017 o Manual de Diretrizes para o Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar Brasileira. Após o lançamento do manual, a entidade planeja para este ano uma série de encontros com as operadoras para definir em conjunto como será feita a adesão à proposta junto à rede de prestadores
Ajude a melhorar os resultados da Vigitel 2017
As iniciativas acima são exemplos do que o poder público e as entidades representativas do setor privado estão fazendo para que os resultados apresentados pela Vigitel 2017 sejam superados na próxima edição da pesquisa.
Mas a sua operadora também pode (e deve) contribuir para este esforço organizando suas próprias ações de prevenção e educação alimentar entre seus beneficiários.
Uma boa ideia pode ser investir na prevenção da obesidade entre as crianças.
Outra ação importante é estruturar um programa de combate à obesidade na sua operadora de saúde.
Para ajudá-lo nessa tarefa, criamos um e-book que trata especialmente do assunto. Clique na imagem abaixo e faça o download gratuito: